§ Vengeance § fala para §Sadness§: Você quer viver de um passado remoto.De coisas que estão empoeiradas, quebradas, distantes...Não.Eu não estou lhe confundindo.Estou lhe oferecendo algo novo, que cabe a você experimentar. *Baixava o rosto molhado, onde os cabelos escuros grudavam, fio por fio, com um capricho voluptuoso, marcando as feições de tal jovem. Vagaroso, molhou os lábios, contornando-os com delicadeza , tal qual uma serpente*...Diga-me, se quer que os sorrisos retornem, por que não é sorrisos para os outros? Vejo lágrimas em você, sei que escorrem por seu rosto junto das gotas desta chuva, assim como estão nos seus desejos e palavras... Mas, para que os consiga novamente, terá de demonstrar sua força, criança... É isso que ofereço. Nada mais... Nada de confusão... Ou dor...
§-HaPpInEsS-§: *Estava num cyber café de nome HotMoons, um dos muitos que compunham a região, buscava no banco como estaria suas economia de químico. Estava sentado numa mesa perto da vitrine, de onde tinha uma boa visão lá de fora, a chuva ia amenizando, viria o quase acidente de Fear, evitado por Miss You, ficaria aliviado em ver ambos são e salvos. Levantaria com sua costumeira calma, já havia pago adiantado a sua utilização e saindo pra ver o ocorrido. Tinha um certo cuidado para que as calhas de água suja não caíssem na sua vestes brancas.* Nossa deram sorte... *Mas ao chegar lá eles já haviam partido, perguntava a alguns transeuntes onde ambos haviam rumado, como já bem sabia, cada um havia ido para um lado. Então como era recém chegado na cidade, junto com sua irmã gêmea, estava conhecendo a cidade ainda e viu no acontecimento uma boa hora de conhecer o parque tão bem falado. Decide caminhar até a entrada e começa a perambular nele.*
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *As palavras de Vengeance eram fortes demais... Ele a deixava confusa... A chuva tinha afinado em meio à conversa de ambos... Poderia até se dizer que tinha cessado tendo apenas parcas gotas que não queriam se afastar... Logo viria o frio... Por que a chuva tinha que ter ido embora? Ela se abraçava... Olhava aquele homem cego que dizia verdades para ela... Verdades que ela estava arredia em aceitar... Tudo parecia tão dolorido... Mesmo cego ele dizia poder ver as lágrimas... Ela não tinha forças* Eu... Não possuo tal força... Não esta força que você possui... *murmurava, sem conseguir encará-lo... Pois encará-lo era como encarar seus medos.. Suas fraquezas* Como posso sorrir? Se não possuo mais ninguém perto de mim... Se as pessoas parecem mais felizes longe de mim? Eu movia mundos por elas... Poderia lançar-me em batalhas apenas para que elas não saíssem feridas... Mas.. *mordia os lábios... A tristeza trazia amargura... Tinha que ir embora... Mas ele trazia tanto conforto, mesmo sabendo que ele traria uma tristeza maior...*
§ Vengeance § fala para §Sadness§: *Calmamente, dava um passo para trás, movendo o corpo até sentir que dava as costas para ela. Tristeza. Sadness. Podia sentir cada pequena gota que escorria de seu coração, assim como aquela imensidão de desejos. Perto dela, sentia-se forte e via nitidamente cada contorno de sua face, como linhas finas e prateadas que escorriam de seu olhar. Sorriu e baixou o rosto, abrindo os olhos como se a fitar os próprios pés.* Serviste apenas aos outros e não a você mesma. Por isso teve tanta dor, tantas lágrimas, tantas pessoas que se afastaram sem sorrir mais... Mas eu posso mudar isso. Posso te ajudar a mostrar a elas que você é diferente. Sua docilidade poderá transformar-te de doce pardal em forte falcão... *De brusco tornava a fitá-la, com olhos vibrantes e ameaçadores, vívidos e alimentados com a esperança de poder dar vazão as suas palavras cheias de fel* ...Deixe-me ajudá-la...
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *Promessas... Promessas... Vengeance em suas palavras fazia promessas fortes... Tentava a conduzir em uma valsa que parecia ser tão agradável... As lágrimas iam diminuindo. Diminutas como a umidade e o cheiro molhado das pistas e das calçadas depois da tormenta que a convidara para chorar suas lágrimas... Ela erguia a face... Pensando nas palavras que pareciam ecoar em sua mente e em seu coração... Via quando ele a fitava. Com aqueles olhos que pareciam ganhar vida... Uma fúria contida e que buscava uma resposta que viesse dela... Ela mordia os lábios... Fechando fortemente os olhos... A dor ainda era grande... A dor por todos aqueles que mentiram para ela... Por todos que se afastaram... A dor de não ter mais os sorrisos a não ser lágrimas... Lágrimas de tristeza... Tristeza... Apenas isso... Ela respirava de modo fundo... Sacudindo a cabeça de forma negativa... Por que a presença de Vengeance parecia tão forte? Por que sua tristeza tentava buscar de forma desesperada o encontro de algum conforto? Ela então segurava a blusa do Vengeance de modo forte... Cerrava os dedos naquela blusa molhada... Recostava a cabeça no peito dele deixava o choro contido se transformar em um choro liberto... Um choro que tentava escapar tantas vezes entre soluçares e um pedido de ajuda... As lágrimas voltavam fortes... Na raiva que oscilava entre a raiva... Entre o medo... Entre o desespero...*
°PAIN°: *As minhas faixas estão começando a secar, o constante movimento contra a minha pele me lembra que eu ainda estou viva, de que isto não é um sonho e que mais um dia foi sobrevivido. Eu caminho pelas ruas, passando pelas partes mais escuras, a aba aberta da gola de meu sobretudo iria proteger os olhares alheios do semblante de algo bem desagradável. Observo o caminho em minha frente e enxergo mais cinza do que estou acostumada a observar. Acendo um cigarro e sinto a fumaça passar por mim, pessoas precisam de sua dose dor para poder viver, pode chamar isto de um estilo de vida. Às vezes eu tenho medo de estar me tornando uma loucura em vida. Seja racional, você tem tempo para pensar, afinal, quando dor é um modus operandi, uma hora se passa como uma semana... Caminho pelo parque, e o ambiente me faz sentir bem. Soltando fumaças compartilho de meu mundo irracional com a vegetação, após arrancar uma flor e despedaça-la. Deus abençoe os mercadores de Câncer! Volto a caminhar observando o além da cidade, sento em um banco do parque sem saber aonde ir.*
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: *No caminho olharia o céu ainda encoberto por nuvem, a lua começando a aparecer por entre elas, dando o ar de sua graça. Happ sorria como sempre fazia, deixava um meio sorriso de canto de lábios, outro costume visível naquele homem estrangeiro. Os olhos cinza eram de um opaco sereno, que muitos não o tinham, a pele alva meio que se misturava com a sobriedade da vestes. Trazia em mãos sua fiel bengala, amiga inseparável, pois era coxo, talvez fosse por isso não ter chego ao local do “acidente” com antecedência e ter visto os envolvidos. Estava bem caminhado já bem próximo do coreto, pensava: “Um local interessante para uma bela apresentação de sax...” Sorria mais uma vez, levava as mãos até um bolso qualquer,retirava um óculos negro de lentes miúdas e redondas “A Lá” musico de Blues. Continuava a sua visita no parque, eis que então ao longe vê alguém sentado num banco do parque, vira ao longe os tragares de cigarro.*
§ Vengeance § fala para §Sadness§: *Não havia palavras. Apenas ações. As mãos que se prendiam nas vestes, a pele que se recostava à dele, numa busca desesperada pelo toque alheio. Um sorriso. No rosto dele apenas se via um sorriso. Satisfeito, prazeroso, regojizava a vitória sobre a fraca capacidade da criança da Tristeza. Com cuidado a enlaçou, passando os dedos finos por seus cabelos molhados, acalentando seu desespero com o calor e segurança que apenas Vengeance poderia dar. Pouco a pouco, seus olhos voltavam a sua opacidade costumeira, enquanto o rosto apoiava-se a cabeça da jovem* ...Isso... Deixe sua frustração se esvair, Criança. Deixe-me ajudá-la... Sim, desse jeito. Vê, não quero machucá-la afinal... Apenas ofereço a força que lhe falta para enfrentar seus medos...
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *sentia o enlaçar que vinha de forma tão cautelosa... Que acalentava sua alma enquanto ela deixava toda aquela dor que estava cravada em sua alma sair naquele choro... Era fraca... Sempre foi... Jamais compreenderiam que ela chorava no escuro sozinha a cada dia que o silêncio aumentava e que ela sentia a distância de amigos que ela já teve... Se é que eram amigos e não ilusões que carregava com ela... Sentia o abraço e o apoiar da cabeça de Vengeance sob a sua. Precisava tanto disso... Tanto de um abraço... De palavras que traziam segurança... Mas precisava destas palavras vindas de outros lábios... Precisava do conforto vindo de outros olhos* Por que eles me abandonaram? *o choro ainda era forte... e ela não conseguia erguer a face... Não conseguia sair daquele abraço...*
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: *Não existe mais graça neste mundo? As pessoas fogem de mim ao invés de entender. Eu me sinto fora de época, anacrônica como sempre. EmoKids? Bah! Nunca fui ligada à religião mas o que levaria a maioria das pessoas ao ateísmo ilumina as profundezas de minha alma. Vejo alguém se aproximar, minha visão vermelha enaltece aquela figura. Um rapaz manco com um sorriso beirando à idiotice ou a loucura. Mas que porcaria, eu devia ter trazido o meu gorro. Ele vai olhar o meu aspecto e correr como um frango desesperado. Bom, apenas fique parada. Lembre-se, você não é uma pessoa, é um ideal! Sobreviveu a muita coisa, ele não irá ter um ataque cardíaco e perecer em sua vergonha e desonra. Mais um trago, meus ossos estalam, quase senti que fossem perfurar minha pele. Quase.*
§ Vengeance § fala para §Sadness§: Por que você era fraca. Não gostam de pessoas fracas, frágeis como folhas de papel. Precisam de pessoas fortes, que mostrem para eles onde pertencem, que não os deixem passar dos limites, que os façam respeitar... Respeitar você. *Afagava a pele ainda fria da criança triste, pela chuva que agora passara, correndo os dedos agora mornos pelas costas próximas, acarinhando e preenchendo a necessidade da segurança que brotava nela. Seu sorriso, ardiloso e vípero, não se desfazia. Apenas era inflado e alimentado com as palavras dela.* Mas pense, Criança. Pense em como as coisas podem ser diferentes se você quiser... Vou estar com você , como estou agora e não haverá mais olhares tortos, vazio ou solidão. Apenas esse... Calor... E sorrisos.
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: *Vinha calmamente no seu constante mancar, vira a forma como a pessoa estava vestida e as faixas médicas na face e partes que não estavam ocultas pelo sobre tudo. Aproximava-se agora sem a bengala, pois colocara o gancho da mesma sobre o braço esquerdo, era um homem de certo porte, austero até. Não tinha pesar ou repulso algum, pelo contrário já havia trabalhado como voluntário em um hospital, em sua terra natal enquanto concluía seus estudos na faculdade de Química. Se ela olhasse fixamente nos óculos poderia ver que aqueles olhos a fitavam. * Posso me sentar aqui? *Mal esperou alguma resposta vinda daquela mulher enfaixada, sentou-se na beira do banco, retirando agora a bengala do braço e a colocando sobre o banco fazendo como se tivesse uma barreira entre eles. * O que acontecera com você? *Tentava não aspirar muito a fumaça do cigarro e ajeitava a perna manca para maior comodidade. * Vejo que não teve tanta sorte quanto um casal que quase fora atropelado, minutos antes...
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *Ele falava uma coisa que ela jamais olharia da forma como ele olhou a situação... Ela era fraca... E as pessoas não estavam dispostas de cuidar ou de ficar perto de alguém fraco... Que eles jamais respeitariam uma pessoa como ela... Sentia as mãos aquecidas de Vengeance deslizarem por suas costas... Tentava se recompor... Tentava não chorar... Mas estava tão difícil... Os pensamentos... As lembranças... Tudo remoia em seu coração... Ele falava para ela pensar... Dizia que estaria com ela... Que não haveria mais aquilo que ela tanto temia... O vazio... A solidão... Prometia aquele calor que ele estava dando para ela naquele momento... Prometia sorrisos... E então abraçava Vengeance de modo forte... Por aquele único momento em que as palavras dele pareciam tão acolhedoras... E ao mesmo tempo tão assustadoras... Precisava apenas daquele momento... Em sua alma ela poderia estar gritando para ele a tirar dali... Tirar-la de perto do Parque que era o local que sempre a acolhia em suas lágrimas... Gritava em sua alma para que a chuva voltasse e não a abandonasse como muitos a abandonaram... Chorava escondendo por um tempo o rosto... Naquele choro de quem queria se recompor* Me leve daqui... Me leve para bem longe daqui... Por favor....
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: *Até que me senti bem com ele vir me abordar, sentando ao banco em um singelo encontro vadio, eu o olhara e batia a cinza de meu cigarro, alternava o cruzar de pernas para que as mesmas não ficassem dormentes. Eu tinha de me manter consciente sobre o status de meu corpo, senão pequenos acidentes poderiam acontecer* Certa vez houve fogo, e lâminas em brasa, que desafiaram uma vida de simplesmente querer viver. *Jogara fora o cigarro, que por sinal já estava no fim* Uma sobrevivente modéstia à parte. *Tinha um bom humor em minha voz rouca e abafada pelas faixas, embora meus gestos sempre foram de uma impessoalidade - Convenhamos, eu tenho espelho, sei que não sou do tipo social.* E posso dizer o mesmo de você, tendo em vista o modo como anda.
§ Vengeance § fala para §Sadness§: *Afastou o rosto, antes apoiado sobre ela, para receber o abraço forte, forte como o pedido dela, que vinha embargado de lágrimas cor de prata. A satisfação corroia o rosto dele, enchia seus lábios de vida, como o veneno que neles corria agora.* Leva-la daqui? E para onde? *Sua voz enchia os ouvidos da criança como uma canção, doce e melódica, daquelas que convidam ao sono pesado e sereno, sem sonhos. Prendia os dedos aos cabelos dela, afagando-os , brincando com os fios que se mexiam com o vento.* Já sei... Vou levá-la para longe destas árvores, destas ruas, deste frio. Mas você tem que me guiar pelas ruas, embora eu saiba o caminho, não posso andar sozinho... Veja, só isso lhe peço. Guie-me para que eu possa ajudá-la a se livrar destas lágrimas, Criança... E tudo ficará bem.
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *Ela sentia aquele afagar em seus cabelos... Escutava a pergunta que vinha daquela forma tão serena para os ouvidos dela... Sadness em sua tristeza ouvia de uma forma tão diferente as palavras de Vengeance... Ela não via a maldade que antes a fizera temer... Mas via apenas o conforto que ele ofertava... Ele pedia ajuda para ela... Pedia que ela o guiasse e ela afastava o rosto... Enxugando um pouco as lágrimas* Me desculpe... *Ainda suspirava de forma soluçada... Pegando a mão de Vengeance* Me diga o lugar... Eu... *Ela abaixava a cabeça por um momento* O levo lá... *Tinha usado ele como um apoio... E em sua tristeza não tinha visto metade das coisas que veria se não estivesse a chorar... Esperava dos lábios de Vengeance um endereço... Só queria sair dali... Do local em que grande parte de suas tristeza eram derramadas nas noites tempestuosas ou não..*
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: Sobrevivente de um incêndio? Interessante... *Ouvira ela com tanta atenção, deixava um gargalhada rápida escapar, após falar de sua deficiência. A bengala era em sua maior parte feita de madeira nobre, possuía detalhes em prata assim como o gancho que tinha o busto de uma águia. Virava-se pra ela e falava de forma calma, trazia certo sotaque dinamarquês. * Ah sim, sem sobra de dúvidas, ninguém está isento de acidentes, minha cara... Não pude escapar, acidente de carro, minha irmã estava no volante. Estávamos vindo de uma apresentação de Blues em um barzinho, pra casa... Eis que um caminhão desgovernado de motorista bêbado atravessou a nossa frente e acertou em cheio o meu lado, o do passageiro... *Dava uma larga pausa e continuava. * ...Várias escoriações, minha irmã não sofrera nada. Graças eu ter apenas fraturado o fêmur, de grave, partiu-se em quatro, agora tenho pinos por dentro. 1 ano de fisioterapia estou aqui, hoje em dia o motorista freqüenta a AAA, não trago rancor por parte dele... * Falava de forma sincera, parecendo falar a verdade. Ele olharia para o braço levantando a manga e verificava as horas.* E por que está sozinha aqui?
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: *Ele ri? Só pode ser maluco. Ninguém ri de coisas assim* Eu quero entender este campo de batalha. *E eu acendi outro cigarro, não me importava se ele iria reclamar, afinal, ele já estava ali mesmo. Malditos não-fumantes, tratando as pessoas que se suicidam a prestações como leprosos – nazistas - pedófilos, ninguém pode escolher como nascer, mas pode ao menos escolher como morrer* E a vivência do conflito e a dor como parte significante do tudo. *Dera um longo trago, sentia a brisa noturna e observara a rede azulada da fumaça se desfazer em suas tênues linhas. A se desfazer contra o ar tão mais poluído que o próprio cancerígeno. Que ironia não?* Eu reflito no mundo, tudo que há de mais doloroso e faço dessa existência o inferno *Que pessimista não?*. Pois estou passando pelo eterno purgatório e devo aprender a me controlar.*Neste momento eu o olhei, ele não veria os meus olhos, mas eu podia ver os dele.* A insensibilidade me levou a uma Verdade interior.
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: *Notava a forma que ela via a vida, sentia certa fisgada ao peito, algo suportável. Sempre se deparava com pessoas nesse impasse, pessimismo era o que ele mais encontrava. Talvez o mundo estivesse mergulhado numa desesperança profunda e caberia a pessoas como ele tentar salvar o máximo de indivíduos possíveis. Afastava inutilmente a fumaça que saia da “chaminé”. Tentava trazer algo nas palavras que viriam. * Viver é de certo complicado... Mas não é um bicho de sete cabeças assim para ser um purgatório... Problemas sempre existiram, quer queira quer não, basta a você saber contornar-los. *Ela poderia notar agora os traços finos que o rosto dele portava, bonito até, mas a voz era grave e agradável aos ouvidos. Parecia querer viver a todo custo e se preciso ajudar o próximo. Olharia mais uma vez ao relógio, estava preocupado, pois sua irmã ainda não o tinha acionado pelo celular. *
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: Eu compreendo, e agradeço pelas palavras.*Dera um longo trago, sentia prazer com aquilo devo reiterar, o vício nunca olharia pra você com os olhares de quem condena. Ele consola e aquece as almas, ao reles preço de sua vida. Um preço justo devo afirmar.* Mas não me entenda mal, eu sinto uma enorme vontade de permanecer viva, de viver cada dia mais com perseverança. Apesar dos...*E eu puxei, um pedaço de faixa, apenas por faltar-me palavras no momento*... Pequenos contratempos. *Ajeitei as minhas lentes, que teimavam em escorregar* Já estive sem esperanças e enterrada no pior que a humanidade havia para oferecer. E prevaleci. Apenas tive a lição de que o mundo não é e nem deveria ser piedoso. Compreende Senhor? Só que eu tive de aprender as duras lições que, a rigidez e o raciocínio são as chaves que levam a percepção das coisas.
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: Ah! Finalmente a luz no fim do túnel... *Deixava o sorriso iluminar a face, parecia agora já ter se acostumado com a fumaça, deixara de olhar o relógio agora e falava com entusiasmo. * Exemplos como você minha cara é que o mundo precisa... Isso mesmo nunca se renda... *Tentava buscar mais palavras de conforto, antes em demasia do que falta-las. * Fato é que nem tudo são flores realmente, mas cada um fazendo a sua parte já é algo válido! Sem formalidades, afinal tenho apenas 23 anos de vida... E pode me chamar de Happiness, ou apenas Happ... *Ainda mantinha o sorriso a face e levava a mão até a bengala.* Você seria ? *Eis que o celular toca, havia deixado no vibracall, sim olhava o visor e era sua irmã o chamando, parecia ter pressentido algo, afinal as afirmações sobre gêmeos terem uma ligação intuitiva era certa, ao menos entre Happ e Jealousy. Após conversar com ela, ele se levanta recolhendo a bengala. * Me desculpe, mas eu tenho de ir... Você ficara bem aqui sozinha?
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: Se estarei bem? Duvido muito, mas eu realmente espero que sim. *A piedade, ele tinha piedade de mim. O que significaria mais fardo para ele as minhas custas. Como uma máquina o mundo girava sem pena nem emoção. Eu me acostumei com isso, ao me levantar e ingerir mais duas pílulas de valium. O tumor na minha cabeça não me mata, apenas se diverte escavando meu crânio como velhos texanos correm atrás do bom e velho black gold. Eu rezo a Deus para que ele me devolva minhas glândulas sudoríparas. Meu corpo é um inferno de tão quente que está e a droga está cada vez menos fazendo efeito.* Boa noite senhor Feliz. *E eu andei, em meu fardo, queria morar em outro lugar, um lugar frio. Eu caminho de volta ao meu abrigo e tenho pensamentos ruins, enfiar a porcaria da minha faca através dos meus olhos e remover o tumor na marra. Mas eu tenho medo de viver se fizer isso. Eu não estaria nestas condições se não tivesse brincado com o que não devia. Eu ouço o choro de uma criança que acabara de perder os pais e percebo a grande canção. Aquele meu mundo não era um meio termo. Ele era o real inferno. Eu deveria me tornar como deus. Com sentimentos domados e ações pensadas e não precipitadas. Eu sou senhora de meu tempo. A caridade não estava em amenizar os fardos de cada um, ela estava em ajudar aos outros entenderem seu papel. E o meu papel? A insensibilidade é meu único caminho. Eu quase posso entender toda criação. Às vezes eu consigo ignorar minhas feridas, às vezes a droga ajuda. O meu mundo passa a ter um novo tom. Eu preciso entender, eu preciso ter o controle. Eu estou ficando louca. Acho que quebrei um dedo de tão forte que apertei a minha mão. O amor esta em conceder a morte e em fazer entender o sofrimento e não em perpetuar a decadência e amenizar feridas que não seriam curadas. Eu vejo a escória da sociedade, e já sei como vou aplicar a minha dor. Eles vão ser sortudos, eles vão ser muito sortudos por experimentarem apenas o frio metal* Estão com sorte hoje? Punks!
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: Eu também espero, de qualquer forma, até mais... Boa noite! *Ficara assim sem saber o nome daquela mulher, respeitaria aquilo, talvez nunca mais a visse, mas aquele velho ditado é valido: O Mundo é pequeno, talvez a visse um outro dia quem sabe? Então acenou uma vez pra ela e retomou o mesmo caminho que chegara ali. Daria mais uma olhada para trás e vira Pain tomando outro caminho. Happ vira-se para frente, andando no seu eterno mancar, olhando o relógio uma última vez e então chega próximo do carro. Desliga o alarme, a porta se abre, adentra o carro já dando a partida e guiando o carro até a rua próxima onde buscaria a sua irmã, que estava a fazer compras para a nova casa deles.*
§-HaPpInEsS-§: *Estava num cyber café de nome HotMoons, um dos muitos que compunham a região, buscava no banco como estaria suas economia de químico. Estava sentado numa mesa perto da vitrine, de onde tinha uma boa visão lá de fora, a chuva ia amenizando, viria o quase acidente de Fear, evitado por Miss You, ficaria aliviado em ver ambos são e salvos. Levantaria com sua costumeira calma, já havia pago adiantado a sua utilização e saindo pra ver o ocorrido. Tinha um certo cuidado para que as calhas de água suja não caíssem na sua vestes brancas.* Nossa deram sorte... *Mas ao chegar lá eles já haviam partido, perguntava a alguns transeuntes onde ambos haviam rumado, como já bem sabia, cada um havia ido para um lado. Então como era recém chegado na cidade, junto com sua irmã gêmea, estava conhecendo a cidade ainda e viu no acontecimento uma boa hora de conhecer o parque tão bem falado. Decide caminhar até a entrada e começa a perambular nele.*
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *As palavras de Vengeance eram fortes demais... Ele a deixava confusa... A chuva tinha afinado em meio à conversa de ambos... Poderia até se dizer que tinha cessado tendo apenas parcas gotas que não queriam se afastar... Logo viria o frio... Por que a chuva tinha que ter ido embora? Ela se abraçava... Olhava aquele homem cego que dizia verdades para ela... Verdades que ela estava arredia em aceitar... Tudo parecia tão dolorido... Mesmo cego ele dizia poder ver as lágrimas... Ela não tinha forças* Eu... Não possuo tal força... Não esta força que você possui... *murmurava, sem conseguir encará-lo... Pois encará-lo era como encarar seus medos.. Suas fraquezas* Como posso sorrir? Se não possuo mais ninguém perto de mim... Se as pessoas parecem mais felizes longe de mim? Eu movia mundos por elas... Poderia lançar-me em batalhas apenas para que elas não saíssem feridas... Mas.. *mordia os lábios... A tristeza trazia amargura... Tinha que ir embora... Mas ele trazia tanto conforto, mesmo sabendo que ele traria uma tristeza maior...*
§ Vengeance § fala para §Sadness§: *Calmamente, dava um passo para trás, movendo o corpo até sentir que dava as costas para ela. Tristeza. Sadness. Podia sentir cada pequena gota que escorria de seu coração, assim como aquela imensidão de desejos. Perto dela, sentia-se forte e via nitidamente cada contorno de sua face, como linhas finas e prateadas que escorriam de seu olhar. Sorriu e baixou o rosto, abrindo os olhos como se a fitar os próprios pés.* Serviste apenas aos outros e não a você mesma. Por isso teve tanta dor, tantas lágrimas, tantas pessoas que se afastaram sem sorrir mais... Mas eu posso mudar isso. Posso te ajudar a mostrar a elas que você é diferente. Sua docilidade poderá transformar-te de doce pardal em forte falcão... *De brusco tornava a fitá-la, com olhos vibrantes e ameaçadores, vívidos e alimentados com a esperança de poder dar vazão as suas palavras cheias de fel* ...Deixe-me ajudá-la...
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *Promessas... Promessas... Vengeance em suas palavras fazia promessas fortes... Tentava a conduzir em uma valsa que parecia ser tão agradável... As lágrimas iam diminuindo. Diminutas como a umidade e o cheiro molhado das pistas e das calçadas depois da tormenta que a convidara para chorar suas lágrimas... Ela erguia a face... Pensando nas palavras que pareciam ecoar em sua mente e em seu coração... Via quando ele a fitava. Com aqueles olhos que pareciam ganhar vida... Uma fúria contida e que buscava uma resposta que viesse dela... Ela mordia os lábios... Fechando fortemente os olhos... A dor ainda era grande... A dor por todos aqueles que mentiram para ela... Por todos que se afastaram... A dor de não ter mais os sorrisos a não ser lágrimas... Lágrimas de tristeza... Tristeza... Apenas isso... Ela respirava de modo fundo... Sacudindo a cabeça de forma negativa... Por que a presença de Vengeance parecia tão forte? Por que sua tristeza tentava buscar de forma desesperada o encontro de algum conforto? Ela então segurava a blusa do Vengeance de modo forte... Cerrava os dedos naquela blusa molhada... Recostava a cabeça no peito dele deixava o choro contido se transformar em um choro liberto... Um choro que tentava escapar tantas vezes entre soluçares e um pedido de ajuda... As lágrimas voltavam fortes... Na raiva que oscilava entre a raiva... Entre o medo... Entre o desespero...*
°PAIN°: *As minhas faixas estão começando a secar, o constante movimento contra a minha pele me lembra que eu ainda estou viva, de que isto não é um sonho e que mais um dia foi sobrevivido. Eu caminho pelas ruas, passando pelas partes mais escuras, a aba aberta da gola de meu sobretudo iria proteger os olhares alheios do semblante de algo bem desagradável. Observo o caminho em minha frente e enxergo mais cinza do que estou acostumada a observar. Acendo um cigarro e sinto a fumaça passar por mim, pessoas precisam de sua dose dor para poder viver, pode chamar isto de um estilo de vida. Às vezes eu tenho medo de estar me tornando uma loucura em vida. Seja racional, você tem tempo para pensar, afinal, quando dor é um modus operandi, uma hora se passa como uma semana... Caminho pelo parque, e o ambiente me faz sentir bem. Soltando fumaças compartilho de meu mundo irracional com a vegetação, após arrancar uma flor e despedaça-la. Deus abençoe os mercadores de Câncer! Volto a caminhar observando o além da cidade, sento em um banco do parque sem saber aonde ir.*
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: *No caminho olharia o céu ainda encoberto por nuvem, a lua começando a aparecer por entre elas, dando o ar de sua graça. Happ sorria como sempre fazia, deixava um meio sorriso de canto de lábios, outro costume visível naquele homem estrangeiro. Os olhos cinza eram de um opaco sereno, que muitos não o tinham, a pele alva meio que se misturava com a sobriedade da vestes. Trazia em mãos sua fiel bengala, amiga inseparável, pois era coxo, talvez fosse por isso não ter chego ao local do “acidente” com antecedência e ter visto os envolvidos. Estava bem caminhado já bem próximo do coreto, pensava: “Um local interessante para uma bela apresentação de sax...” Sorria mais uma vez, levava as mãos até um bolso qualquer,retirava um óculos negro de lentes miúdas e redondas “A Lá” musico de Blues. Continuava a sua visita no parque, eis que então ao longe vê alguém sentado num banco do parque, vira ao longe os tragares de cigarro.*
§ Vengeance § fala para §Sadness§: *Não havia palavras. Apenas ações. As mãos que se prendiam nas vestes, a pele que se recostava à dele, numa busca desesperada pelo toque alheio. Um sorriso. No rosto dele apenas se via um sorriso. Satisfeito, prazeroso, regojizava a vitória sobre a fraca capacidade da criança da Tristeza. Com cuidado a enlaçou, passando os dedos finos por seus cabelos molhados, acalentando seu desespero com o calor e segurança que apenas Vengeance poderia dar. Pouco a pouco, seus olhos voltavam a sua opacidade costumeira, enquanto o rosto apoiava-se a cabeça da jovem* ...Isso... Deixe sua frustração se esvair, Criança. Deixe-me ajudá-la... Sim, desse jeito. Vê, não quero machucá-la afinal... Apenas ofereço a força que lhe falta para enfrentar seus medos...
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *sentia o enlaçar que vinha de forma tão cautelosa... Que acalentava sua alma enquanto ela deixava toda aquela dor que estava cravada em sua alma sair naquele choro... Era fraca... Sempre foi... Jamais compreenderiam que ela chorava no escuro sozinha a cada dia que o silêncio aumentava e que ela sentia a distância de amigos que ela já teve... Se é que eram amigos e não ilusões que carregava com ela... Sentia o abraço e o apoiar da cabeça de Vengeance sob a sua. Precisava tanto disso... Tanto de um abraço... De palavras que traziam segurança... Mas precisava destas palavras vindas de outros lábios... Precisava do conforto vindo de outros olhos* Por que eles me abandonaram? *o choro ainda era forte... e ela não conseguia erguer a face... Não conseguia sair daquele abraço...*
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: *Não existe mais graça neste mundo? As pessoas fogem de mim ao invés de entender. Eu me sinto fora de época, anacrônica como sempre. EmoKids? Bah! Nunca fui ligada à religião mas o que levaria a maioria das pessoas ao ateísmo ilumina as profundezas de minha alma. Vejo alguém se aproximar, minha visão vermelha enaltece aquela figura. Um rapaz manco com um sorriso beirando à idiotice ou a loucura. Mas que porcaria, eu devia ter trazido o meu gorro. Ele vai olhar o meu aspecto e correr como um frango desesperado. Bom, apenas fique parada. Lembre-se, você não é uma pessoa, é um ideal! Sobreviveu a muita coisa, ele não irá ter um ataque cardíaco e perecer em sua vergonha e desonra. Mais um trago, meus ossos estalam, quase senti que fossem perfurar minha pele. Quase.*
§ Vengeance § fala para §Sadness§: Por que você era fraca. Não gostam de pessoas fracas, frágeis como folhas de papel. Precisam de pessoas fortes, que mostrem para eles onde pertencem, que não os deixem passar dos limites, que os façam respeitar... Respeitar você. *Afagava a pele ainda fria da criança triste, pela chuva que agora passara, correndo os dedos agora mornos pelas costas próximas, acarinhando e preenchendo a necessidade da segurança que brotava nela. Seu sorriso, ardiloso e vípero, não se desfazia. Apenas era inflado e alimentado com as palavras dela.* Mas pense, Criança. Pense em como as coisas podem ser diferentes se você quiser... Vou estar com você , como estou agora e não haverá mais olhares tortos, vazio ou solidão. Apenas esse... Calor... E sorrisos.
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: *Vinha calmamente no seu constante mancar, vira a forma como a pessoa estava vestida e as faixas médicas na face e partes que não estavam ocultas pelo sobre tudo. Aproximava-se agora sem a bengala, pois colocara o gancho da mesma sobre o braço esquerdo, era um homem de certo porte, austero até. Não tinha pesar ou repulso algum, pelo contrário já havia trabalhado como voluntário em um hospital, em sua terra natal enquanto concluía seus estudos na faculdade de Química. Se ela olhasse fixamente nos óculos poderia ver que aqueles olhos a fitavam. * Posso me sentar aqui? *Mal esperou alguma resposta vinda daquela mulher enfaixada, sentou-se na beira do banco, retirando agora a bengala do braço e a colocando sobre o banco fazendo como se tivesse uma barreira entre eles. * O que acontecera com você? *Tentava não aspirar muito a fumaça do cigarro e ajeitava a perna manca para maior comodidade. * Vejo que não teve tanta sorte quanto um casal que quase fora atropelado, minutos antes...
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *Ele falava uma coisa que ela jamais olharia da forma como ele olhou a situação... Ela era fraca... E as pessoas não estavam dispostas de cuidar ou de ficar perto de alguém fraco... Que eles jamais respeitariam uma pessoa como ela... Sentia as mãos aquecidas de Vengeance deslizarem por suas costas... Tentava se recompor... Tentava não chorar... Mas estava tão difícil... Os pensamentos... As lembranças... Tudo remoia em seu coração... Ele falava para ela pensar... Dizia que estaria com ela... Que não haveria mais aquilo que ela tanto temia... O vazio... A solidão... Prometia aquele calor que ele estava dando para ela naquele momento... Prometia sorrisos... E então abraçava Vengeance de modo forte... Por aquele único momento em que as palavras dele pareciam tão acolhedoras... E ao mesmo tempo tão assustadoras... Precisava apenas daquele momento... Em sua alma ela poderia estar gritando para ele a tirar dali... Tirar-la de perto do Parque que era o local que sempre a acolhia em suas lágrimas... Gritava em sua alma para que a chuva voltasse e não a abandonasse como muitos a abandonaram... Chorava escondendo por um tempo o rosto... Naquele choro de quem queria se recompor* Me leve daqui... Me leve para bem longe daqui... Por favor....
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: *Até que me senti bem com ele vir me abordar, sentando ao banco em um singelo encontro vadio, eu o olhara e batia a cinza de meu cigarro, alternava o cruzar de pernas para que as mesmas não ficassem dormentes. Eu tinha de me manter consciente sobre o status de meu corpo, senão pequenos acidentes poderiam acontecer* Certa vez houve fogo, e lâminas em brasa, que desafiaram uma vida de simplesmente querer viver. *Jogara fora o cigarro, que por sinal já estava no fim* Uma sobrevivente modéstia à parte. *Tinha um bom humor em minha voz rouca e abafada pelas faixas, embora meus gestos sempre foram de uma impessoalidade - Convenhamos, eu tenho espelho, sei que não sou do tipo social.* E posso dizer o mesmo de você, tendo em vista o modo como anda.
§ Vengeance § fala para §Sadness§: *Afastou o rosto, antes apoiado sobre ela, para receber o abraço forte, forte como o pedido dela, que vinha embargado de lágrimas cor de prata. A satisfação corroia o rosto dele, enchia seus lábios de vida, como o veneno que neles corria agora.* Leva-la daqui? E para onde? *Sua voz enchia os ouvidos da criança como uma canção, doce e melódica, daquelas que convidam ao sono pesado e sereno, sem sonhos. Prendia os dedos aos cabelos dela, afagando-os , brincando com os fios que se mexiam com o vento.* Já sei... Vou levá-la para longe destas árvores, destas ruas, deste frio. Mas você tem que me guiar pelas ruas, embora eu saiba o caminho, não posso andar sozinho... Veja, só isso lhe peço. Guie-me para que eu possa ajudá-la a se livrar destas lágrimas, Criança... E tudo ficará bem.
§Sadness§ fala para § Vengeance §: *Ela sentia aquele afagar em seus cabelos... Escutava a pergunta que vinha daquela forma tão serena para os ouvidos dela... Sadness em sua tristeza ouvia de uma forma tão diferente as palavras de Vengeance... Ela não via a maldade que antes a fizera temer... Mas via apenas o conforto que ele ofertava... Ele pedia ajuda para ela... Pedia que ela o guiasse e ela afastava o rosto... Enxugando um pouco as lágrimas* Me desculpe... *Ainda suspirava de forma soluçada... Pegando a mão de Vengeance* Me diga o lugar... Eu... *Ela abaixava a cabeça por um momento* O levo lá... *Tinha usado ele como um apoio... E em sua tristeza não tinha visto metade das coisas que veria se não estivesse a chorar... Esperava dos lábios de Vengeance um endereço... Só queria sair dali... Do local em que grande parte de suas tristeza eram derramadas nas noites tempestuosas ou não..*
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: Sobrevivente de um incêndio? Interessante... *Ouvira ela com tanta atenção, deixava um gargalhada rápida escapar, após falar de sua deficiência. A bengala era em sua maior parte feita de madeira nobre, possuía detalhes em prata assim como o gancho que tinha o busto de uma águia. Virava-se pra ela e falava de forma calma, trazia certo sotaque dinamarquês. * Ah sim, sem sobra de dúvidas, ninguém está isento de acidentes, minha cara... Não pude escapar, acidente de carro, minha irmã estava no volante. Estávamos vindo de uma apresentação de Blues em um barzinho, pra casa... Eis que um caminhão desgovernado de motorista bêbado atravessou a nossa frente e acertou em cheio o meu lado, o do passageiro... *Dava uma larga pausa e continuava. * ...Várias escoriações, minha irmã não sofrera nada. Graças eu ter apenas fraturado o fêmur, de grave, partiu-se em quatro, agora tenho pinos por dentro. 1 ano de fisioterapia estou aqui, hoje em dia o motorista freqüenta a AAA, não trago rancor por parte dele... * Falava de forma sincera, parecendo falar a verdade. Ele olharia para o braço levantando a manga e verificava as horas.* E por que está sozinha aqui?
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: *Ele ri? Só pode ser maluco. Ninguém ri de coisas assim* Eu quero entender este campo de batalha. *E eu acendi outro cigarro, não me importava se ele iria reclamar, afinal, ele já estava ali mesmo. Malditos não-fumantes, tratando as pessoas que se suicidam a prestações como leprosos – nazistas - pedófilos, ninguém pode escolher como nascer, mas pode ao menos escolher como morrer* E a vivência do conflito e a dor como parte significante do tudo. *Dera um longo trago, sentia a brisa noturna e observara a rede azulada da fumaça se desfazer em suas tênues linhas. A se desfazer contra o ar tão mais poluído que o próprio cancerígeno. Que ironia não?* Eu reflito no mundo, tudo que há de mais doloroso e faço dessa existência o inferno *Que pessimista não?*. Pois estou passando pelo eterno purgatório e devo aprender a me controlar.*Neste momento eu o olhei, ele não veria os meus olhos, mas eu podia ver os dele.* A insensibilidade me levou a uma Verdade interior.
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: *Notava a forma que ela via a vida, sentia certa fisgada ao peito, algo suportável. Sempre se deparava com pessoas nesse impasse, pessimismo era o que ele mais encontrava. Talvez o mundo estivesse mergulhado numa desesperança profunda e caberia a pessoas como ele tentar salvar o máximo de indivíduos possíveis. Afastava inutilmente a fumaça que saia da “chaminé”. Tentava trazer algo nas palavras que viriam. * Viver é de certo complicado... Mas não é um bicho de sete cabeças assim para ser um purgatório... Problemas sempre existiram, quer queira quer não, basta a você saber contornar-los. *Ela poderia notar agora os traços finos que o rosto dele portava, bonito até, mas a voz era grave e agradável aos ouvidos. Parecia querer viver a todo custo e se preciso ajudar o próximo. Olharia mais uma vez ao relógio, estava preocupado, pois sua irmã ainda não o tinha acionado pelo celular. *
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: Eu compreendo, e agradeço pelas palavras.*Dera um longo trago, sentia prazer com aquilo devo reiterar, o vício nunca olharia pra você com os olhares de quem condena. Ele consola e aquece as almas, ao reles preço de sua vida. Um preço justo devo afirmar.* Mas não me entenda mal, eu sinto uma enorme vontade de permanecer viva, de viver cada dia mais com perseverança. Apesar dos...*E eu puxei, um pedaço de faixa, apenas por faltar-me palavras no momento*... Pequenos contratempos. *Ajeitei as minhas lentes, que teimavam em escorregar* Já estive sem esperanças e enterrada no pior que a humanidade havia para oferecer. E prevaleci. Apenas tive a lição de que o mundo não é e nem deveria ser piedoso. Compreende Senhor? Só que eu tive de aprender as duras lições que, a rigidez e o raciocínio são as chaves que levam a percepção das coisas.
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: Ah! Finalmente a luz no fim do túnel... *Deixava o sorriso iluminar a face, parecia agora já ter se acostumado com a fumaça, deixara de olhar o relógio agora e falava com entusiasmo. * Exemplos como você minha cara é que o mundo precisa... Isso mesmo nunca se renda... *Tentava buscar mais palavras de conforto, antes em demasia do que falta-las. * Fato é que nem tudo são flores realmente, mas cada um fazendo a sua parte já é algo válido! Sem formalidades, afinal tenho apenas 23 anos de vida... E pode me chamar de Happiness, ou apenas Happ... *Ainda mantinha o sorriso a face e levava a mão até a bengala.* Você seria ? *Eis que o celular toca, havia deixado no vibracall, sim olhava o visor e era sua irmã o chamando, parecia ter pressentido algo, afinal as afirmações sobre gêmeos terem uma ligação intuitiva era certa, ao menos entre Happ e Jealousy. Após conversar com ela, ele se levanta recolhendo a bengala. * Me desculpe, mas eu tenho de ir... Você ficara bem aqui sozinha?
°PAIN° fala para §-HaPpInEsS-§: Se estarei bem? Duvido muito, mas eu realmente espero que sim. *A piedade, ele tinha piedade de mim. O que significaria mais fardo para ele as minhas custas. Como uma máquina o mundo girava sem pena nem emoção. Eu me acostumei com isso, ao me levantar e ingerir mais duas pílulas de valium. O tumor na minha cabeça não me mata, apenas se diverte escavando meu crânio como velhos texanos correm atrás do bom e velho black gold. Eu rezo a Deus para que ele me devolva minhas glândulas sudoríparas. Meu corpo é um inferno de tão quente que está e a droga está cada vez menos fazendo efeito.* Boa noite senhor Feliz. *E eu andei, em meu fardo, queria morar em outro lugar, um lugar frio. Eu caminho de volta ao meu abrigo e tenho pensamentos ruins, enfiar a porcaria da minha faca através dos meus olhos e remover o tumor na marra. Mas eu tenho medo de viver se fizer isso. Eu não estaria nestas condições se não tivesse brincado com o que não devia. Eu ouço o choro de uma criança que acabara de perder os pais e percebo a grande canção. Aquele meu mundo não era um meio termo. Ele era o real inferno. Eu deveria me tornar como deus. Com sentimentos domados e ações pensadas e não precipitadas. Eu sou senhora de meu tempo. A caridade não estava em amenizar os fardos de cada um, ela estava em ajudar aos outros entenderem seu papel. E o meu papel? A insensibilidade é meu único caminho. Eu quase posso entender toda criação. Às vezes eu consigo ignorar minhas feridas, às vezes a droga ajuda. O meu mundo passa a ter um novo tom. Eu preciso entender, eu preciso ter o controle. Eu estou ficando louca. Acho que quebrei um dedo de tão forte que apertei a minha mão. O amor esta em conceder a morte e em fazer entender o sofrimento e não em perpetuar a decadência e amenizar feridas que não seriam curadas. Eu vejo a escória da sociedade, e já sei como vou aplicar a minha dor. Eles vão ser sortudos, eles vão ser muito sortudos por experimentarem apenas o frio metal* Estão com sorte hoje? Punks!
§-HaPpInEsS-§ fala para °PAIN°: Eu também espero, de qualquer forma, até mais... Boa noite! *Ficara assim sem saber o nome daquela mulher, respeitaria aquilo, talvez nunca mais a visse, mas aquele velho ditado é valido: O Mundo é pequeno, talvez a visse um outro dia quem sabe? Então acenou uma vez pra ela e retomou o mesmo caminho que chegara ali. Daria mais uma olhada para trás e vira Pain tomando outro caminho. Happ vira-se para frente, andando no seu eterno mancar, olhando o relógio uma última vez e então chega próximo do carro. Desliga o alarme, a porta se abre, adentra o carro já dando a partida e guiando o carro até a rua próxima onde buscaria a sua irmã, que estava a fazer compras para a nova casa deles.*