Estava à frente da tela. Pensativa. Sentindo o indicador a pressionar o lábio.
Por vezes erguia os olhos, observando a tela branca.
- O que tanto pensa?
O calafrio percorreu-me por toda a pele ao escutar aquela voz baixa e sussurrante. Havia tempos que ele não aparecia e suas mãos chegavam a pesar-me aos ombros.
- Seus olhos estão se estreitando novamente.
Continuou sua conversa, vendo que me mantinha em silêncio e seu hálito cálido deslizava-me à orelha.
- Tem negado seus instintos. Seus medos. O que pretende?
O frio daquela conversa estremeceu-me o corpo. Como eu odiava sua presença. Mais uma vez abria meus olhos, sabendo que o brilho contido neles havia mudado.
- Esta é a minha garota! – Dizia-me isso quando começava a observar a minha alma ficando sombria.
- Vamos lá! Não é tão difícil. Você sabe como fazer, sempre soube.
Ele estava certo. Eu realmente sabia o que fazer, como e quando. Seria fácil ignorar o frio que tomava posse de meu corpo enquanto meus olhos se mantinham presos à tela.
- Respire fundo, seu coração precisa desacelerar. – falava quase me ordenando e meus lábios contraíram-se, buscando meus dentes que os morderiam.
- Por que está tão difícil desta vez? – Estava incrédulo ao ver que meu coração continuava acelerado e que meus dedos não se moviam da forma que ele gostaria que se movessem.
- Por que continua a lutar? Não vê que está se torturando? – Repreendia-me ao ver que eu respirava fundo e passava a mão ao rosto.
- Será que é tão difícil de compreender que este tipo de pensamento é tolice? – Mais repreensões e meus olhos se fechavam. Respirei fundo e mais uma vez fiquei pensativa. Um sorriso com os cantos dos lábios e meus olhos se prendia ao espaço branco que se mantinha ali.
Meus dedos foram percorrendo as teclas, sentindo minha mente esvaziando. As horas corriam fugidias, enquanto o calor de um abraço parecia me confortar. Confortava-me à mente e ao coração, enquanto rosnados e passos pesados tornavam-se mais altos. Os sons de livros jogados ao chão, acompanhavam a sensação das costas sendo rasgadas.
- Não é isso que eu quero! Não é isso que deve fazer! – Vociferava ao lado do meu rosto e mesmo assim meu olhar se mantinha fixo, quase vazio, diante das letras que surgiam.
- Pare! Eu ordeno! – E nesse momento meus olhos fitaram o vazio.
Não haveria cigarros naquela noite, muito menos a dor no coração com possíveis pensamentos induzidos. Não surgiriam desconfianças e muito menos telefonemas. Não teriam conversas extenuantes e muito menos lágrimas e por mais que eu ainda escutasse aquela voz maldita, um sorriso surgia aos meus lábios.
- Não sei por que te dou ouvidos. Você sempre me fez mal. – Murmurei enquanto encerrava o que escrevia e ainda pude escutar o rogar de uma maldição.
- Por que faço parte de você, por todas as vezes que a feriram. Sou sua auto preservação, sou aquele que te dá abrigo.
Ri. De forma baixa, mas ri e respondi de forma calma.
- Não. Você é quem mais me fere, quando vem com suas palavras sussurradas. Você é quem me leva de volta para o abismo. Você é quem me faz derramar as lágrimas e você é justamente de quem eu não preciso.
Um respirar exasperado e pude vê-lo partir nessa noite de batalhas vencidas e meu sorriso se alarga antes mesmo que eu termine meu texto.
Um abraço confortável, um sorriso belo e aqueles olhos que tanto desejo, surgem belos imponentes mandando de volta ao abismo o pior sentimento que surge em minha mente.
Por vezes erguia os olhos, observando a tela branca.
- O que tanto pensa?
O calafrio percorreu-me por toda a pele ao escutar aquela voz baixa e sussurrante. Havia tempos que ele não aparecia e suas mãos chegavam a pesar-me aos ombros.
- Seus olhos estão se estreitando novamente.
Continuou sua conversa, vendo que me mantinha em silêncio e seu hálito cálido deslizava-me à orelha.
- Tem negado seus instintos. Seus medos. O que pretende?
O frio daquela conversa estremeceu-me o corpo. Como eu odiava sua presença. Mais uma vez abria meus olhos, sabendo que o brilho contido neles havia mudado.
- Esta é a minha garota! – Dizia-me isso quando começava a observar a minha alma ficando sombria.
- Vamos lá! Não é tão difícil. Você sabe como fazer, sempre soube.
Ele estava certo. Eu realmente sabia o que fazer, como e quando. Seria fácil ignorar o frio que tomava posse de meu corpo enquanto meus olhos se mantinham presos à tela.
- Respire fundo, seu coração precisa desacelerar. – falava quase me ordenando e meus lábios contraíram-se, buscando meus dentes que os morderiam.
- Por que está tão difícil desta vez? – Estava incrédulo ao ver que meu coração continuava acelerado e que meus dedos não se moviam da forma que ele gostaria que se movessem.
- Por que continua a lutar? Não vê que está se torturando? – Repreendia-me ao ver que eu respirava fundo e passava a mão ao rosto.
- Será que é tão difícil de compreender que este tipo de pensamento é tolice? – Mais repreensões e meus olhos se fechavam. Respirei fundo e mais uma vez fiquei pensativa. Um sorriso com os cantos dos lábios e meus olhos se prendia ao espaço branco que se mantinha ali.
Meus dedos foram percorrendo as teclas, sentindo minha mente esvaziando. As horas corriam fugidias, enquanto o calor de um abraço parecia me confortar. Confortava-me à mente e ao coração, enquanto rosnados e passos pesados tornavam-se mais altos. Os sons de livros jogados ao chão, acompanhavam a sensação das costas sendo rasgadas.
- Não é isso que eu quero! Não é isso que deve fazer! – Vociferava ao lado do meu rosto e mesmo assim meu olhar se mantinha fixo, quase vazio, diante das letras que surgiam.
- Pare! Eu ordeno! – E nesse momento meus olhos fitaram o vazio.
Não haveria cigarros naquela noite, muito menos a dor no coração com possíveis pensamentos induzidos. Não surgiriam desconfianças e muito menos telefonemas. Não teriam conversas extenuantes e muito menos lágrimas e por mais que eu ainda escutasse aquela voz maldita, um sorriso surgia aos meus lábios.
- Não sei por que te dou ouvidos. Você sempre me fez mal. – Murmurei enquanto encerrava o que escrevia e ainda pude escutar o rogar de uma maldição.
- Por que faço parte de você, por todas as vezes que a feriram. Sou sua auto preservação, sou aquele que te dá abrigo.
Ri. De forma baixa, mas ri e respondi de forma calma.
- Não. Você é quem mais me fere, quando vem com suas palavras sussurradas. Você é quem me leva de volta para o abismo. Você é quem me faz derramar as lágrimas e você é justamente de quem eu não preciso.
Um respirar exasperado e pude vê-lo partir nessa noite de batalhas vencidas e meu sorriso se alarga antes mesmo que eu termine meu texto.
Um abraço confortável, um sorriso belo e aqueles olhos que tanto desejo, surgem belos imponentes mandando de volta ao abismo o pior sentimento que surge em minha mente.
Um comentário:
Nunca se deixe dominar por este sentimento, minha amada, pois saiba, minhas asas estão sempre às tuas, e acompanham-te mesmo quando estou longe. Elas não a deixarão cair novamente. Não a deixarão só, esposa.
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