terça-feira, setembro 05, 2006

A Aparição de Fear

§Fear§: *Chuva.. balançava o franzino corpo sobre o galho da arvore onde estava sentado.. chuva.. fechava os olhos constantemente angustiados enquanto sentia os respingos que se resvalavam das folhas da copa daquele carvalho. Por que elas não iam embora? Por que elas permaneciam ali? Fear já não sabia mais o que se misturava em suavemente, se eram vozes reais ou imaginarias? Ainda tinha no punho a fita de identificação do sanatório de onde fugira mais cedo, e agora estava ali naquele galho daquelas árvores, sim era seu lugar agora.. mas por que elas não iam embora? Escutou os gritos que ressoavam em sua cabeça, gritos que o amedrontava desde sempre.. mas as vozes não ressoavam apenas em sua cabeça agora.. pareciam estar a ecoar por todo o lugar.. e os olhos de um castanho avermelhado do garoto se abriam, quando os cabelos brancos começavam a grudar-se na pele.. os olhos vertiam para o coreto, onde duas mulheres pareciam conversar.. as mãos iam ferrenhas até a fronte e batiam espalmadas, enquanto ele tentava fechar os olhos novamente. Por que via as coisas daquela forma, por que via tantas cores e imagens disformes, sua mente lhe dizia que não .. que não eram assim que eram normais, mas por que seus olhos lhe mostravam seres tão assustadores de grandes garras? medo..medo.. fechava os olhos com mais força balançando-se no galho.. e as vozes.. as vozes ainda retumbavam.. "um dia,.. quem sabe" *
- Um dia..
*murmurava enquanto os dedos sujos de terra deslizavam pelo botão da camisa bege*
- Um dia.. um dia.. um dia..
*mordia o lábio inferior com enorme força *
- Quem sabe?
*sentia o coração descompassar como se a qualquer momento pudesse lhe saltar pela boca *
- Estarei aqui.. aqui..
*saltava do galho poucos passos apos a mulher de cabelos tão brancos quanto os seus.. e poucos passos a frente da jovem sentada ao coreto. e agora Fear? Para onde ir?*

§Sadness§: *A noite todos os gatos eram pardos, Sadness ao menos pensava desta forma em sua tristeza que tinha sido um pouco aplacada por conta da garota de olhos castanho mel brilhantes. estava absorta em seus pensamentos. nas palavras de Hope. Ela tinha dito palavras sábias. Poderia ter perguntado a ela se valia a pena continuar daquela forma, mas respeitou a sua saída. O momento de sua fuga quando a esperança começou a querer iluminar sua obscura alma. Não... não.. não era de uma estranha que ela queria ouvir o que ouviu de Hope.. e o som do baque de alguém caindo esparramando as gotas de uma poça d'água um pouco mais atrás dela, acaba por chamar-lhe a atenção. Sadness se virava, vendo aquele rapaz ali com o olhar assombrado, com roupas que mostravam que ele não estava vindo de casa.. e muito menos poderia estar vindo de uma festa. Sadness descia os olhos cinza como um dia nublado e triste vislumbrando o franzino corpo de cabelos brancos um tom mais claro do que os fios cinza que ela possuía na cabeça.. Via aquela pulseira plástica presa ao pulso. Sabia o que era aquilo. Sabia reconhecer uma maldita pulseira daquela.. pois já chorara ao leito de um amigo que em seu desespero cometera um ato contra a própria vida. Já se amaldiçoara por não ser mais forte e conseguir manter o amigo ali a salvo de atos como aquele.. e então a tristeza da lembrança retornara a mente de Sadness e o suspiro delongado e espaçado mostrava novamente a vontade de chorar diante de sua fraqueza*
- Por que eu não consegui ajudá-lo?
*murmurava abaixando a cabeça, começando a esquecer as palavras que Hope tinha dito mais cedo*
- POR QUE EU NÃO CONSEGUI AJUDÁ-LO!!!
*lembrava-se de tantos outros que morreram.. tantos outros que ela não conseguiu estar presente para que o ato fosse consumado.. esquecendo-se completamente que era ela quem estava mais próxima de dar o próximo passo*

§Hope§: *Hope se mantinha sentada, sentia a água bater em seu corpo, não iria sair dali, gostava da chuva, sentir seu corpo molhado... Estava lavando sua própria alma, tinha medo de cair num precipício de onde nada pudesse tirar... Fechando os olhos sentiu seu coração apertado, porque estava assim, mal conhecia aquela mulher, não tinha porque ficar assim, mas tinha esperanças nas pessoas, sabia que ela ia voltar... Hope conhecia bem aquele lugar, aquele coreto já a viu chorar tanto por tantas coisas, mas sempre a viu se levantar com esperança no olhar e passos decididos, agora a via novamente sentada esperando algo acontecer. Ao ouvir o barulho de Fear, Hope levantou a cabeça abrindo os olhos, aqueles olhos mel cheios de esperança em tudo, podia ser a ajuda que esperava, abriu um belo sorriso, procurou com o olhar, a falta de luz dificultava as coisas, olhou para as nuvens com um olhar implorou que pudesse ver quem tinha feito tal barulho, respirando fundo voltou a olhar para frente na direção do som, quando um raio caiu, seu corpo tremeu quando viu as duas figuras, se acalmou quando reconheceu Sadness, mas não sabia quem era o outro... ou o que ele poderia fazer a Sadness e a ela mesma... Mas mantinha-se parada olhando aos dois de longe. Mesmo afastada dos dois pode ouvir a pergunta de Sadness... fechou os olhos um pouco e começou a se levantar, balançou a cabeça e murmurou. *
- Porque... Este porque é difícil de responder...
* Ficou quieta por alguns instantes e balançou a cabeça observando os dois agora de mais perto, abriu um sorriso para os dois.*

§Fear§: *Fear estava cansado.. estava tão cansado de tantas coisas, das palavras de seus pais que o levaram para aquela clínica achando que assim curariam o mal que ele tinha.. Mas não.. não havia cura para o que ele sentia desde sempre.. não havia cura para os passos que tomaria... a respiração acelerada, o suor frio que lhe escorria pelo rosto misturando-se às gotas de chuva e a mulher de cabelos mais claros virava para ele,.. Fear deu um passo para trás. As mãos prendiam-se aos botões da camisa, deixando ver melhor a pulseirinha que identificava pacientes daquela maldita clinica, onde todos não passavam de números que indicavam quantos lexotans se tomariam no café da manhã.. ela virava-se entre murmúrios.. e ele virava o rosto na direção da outra mulher. do coreto distorcido que ganhava ares ainda mais horrendos pela chuva que lhe embaçava a vista.. estremeceu e não saberia dizer ao certo se era do frio causado pela roupa de tecido fino ou mesmo da própria carne que lhe pregava peças.. e mais uma vez voltava o rosto para a mulher de cabelos claros.. ela parecia angustiada.. triste.. ele conhecia tão bem aqueles sentimentos, eram quase palpáveis aos seus dedos.. e temerosamente ele esticou a mão em direção a ela.. os olhos.. *
- aqui..
*murmurava para si enquanto balançava o corpo numa tentativa de acalmar a própria alma.. mas era tão difícil.. eram tantas coisas que se misturavam em sua cabeça, tantos fatos.. tantas frases.. tantos gostos.. tantas decepções.. e por vezes tentou desistir.. os olhos castanho avermelhados desciam do rosto angustiado da mulher para a cicatriz no próprio punho.. e lembrava-se.. lembrava-se da sensação de quase paz quando tinha o sangue a se esvair de seu corpo.. mas lhe tiraram o descanso para ser jogado mais uma vez naquele mundo deturpado que enxergava.. era palpável e estava quase a tocá-la..quase.. mas o grito.. o grito que ela dava o fez recolher a mão num arregalar de olhos.. e mais passos para trás eram dados.. e ele gritava.. devolvia em gritos histéricos o clamor que ela acabara de soltar da própria alma*
- AAAAHHHHHH.. POR QUE!?!??! POOOOR QUEEEEEEE!!??!?!?!
*E o raio.. o maldito raio que iluminava as criaturas que poderiam ter naquele lugar.. e por que tinha ido para lá?! Por quê?! cobria a cabeça com os braços como podia.. queria correr.. queria sumir.. arrancar de si cada fragmento de pânico que possuía.. e a voz da segunda garota se fazia escutar.. ele erguia os olhos para a mulher.. a respiração entrecortada mal o deixava focar a visão*
- Por quê?
*era uma única pergunta.. para tantas outras perguntas que brincavam de rebater-se em sua mente.. *

§Sadness§: *Sadness queria se entregar àquela tristeza que a consumia. Queria deixar que o sentimento a levasse. As pessoas se esqueciam que ela se preocupava com elas. Viam-na chorar quando eles estavam tristes. Consumia a própria dor deles como se esta fosse sua. O rapaz estava tão amedrontado. Chegou a ficar tão desesperado em uma outra hora, que a fazia se lembrar de tantos outros que chegavam para ela dizendo que iriam se matar, pois a vida não valia mais a pena. E ela? Por que ela tinha que se manter forte quando ela queria chorar? Quando ela queria sumir do mundo e que estes mesmo que tentaram achar maneiras mais fáceis chegavam-lhe a dizer coisas que apenas a tacavam mais para o fundo do abismo? Por que ela não podia se entregar se estava fadada àquela vida triste e cinzenta que ela levava. Por momentos de alegrias que eram raros e que em um piscar tornavam-se lágrimas e mais lágrimas? Mas a Voz de Fear vinha de modo fraco*
- "Aqui..."
*Sadness pode ver então os olhos tão cinzas quanto os cabelos dela naquela noite tempestuosa iluminada pelos raios. Pode ver toda a tristeza guardada naquela alma que franzia o cenho naquela dor que apenas a tristeza conseguia exprimir, quando ele recolhia a mão, com os olhos castanhos avermelhados arregalados em completo pavor. E ele gritava. gritava tão angustiado quanto ela gritara. tentou deixar de escutar o que ele podia escutar e então Sadness se ajoelhava e abaixava a cabeça.. deixando a chuva mais uma vez fazer o que deveria fazer*
- Por que vocês escolheram o caminho mais fácil?

§Hope§: *Ia se aproximando devagar, nunca corria... não precisava correr, ao menos achava isso, a chuva batia em seu corpo e fazia pequenos filetes caírem escorrendo pelo rosto da garota e também pelos fios de cabelos, Hope suspirou observando agora o rapaz, nunca vira alguém com tanto medo daquele jeito, se lembrou de um tempo atrás, quando ainda não tinha esperança em nada. Mais um grito, seu coração disparou, forçou a vista para poder ver o que estava acontecendo mais a frente, vendo os dois, agora o rapaz a olhava, parou de andar um pouco e respirou fundo, mais perguntas... Todos tinham a mesma pergunta... porque... mas Hope não tinha as resposta... estava a procura delas... voltou a caminhar quando viu Sadness cair ajoelhada novamente... fechou os olhos, pensou em correr dali e deixá-los a mercê do destino, mas não era assim que agia, não conseguia... aproximou-se dos dois, olhou para Sadness e balançou a cabeça, olhando para Fear murmurou em resposta.*
- Por medo... *Voltou a olhar Fear e pensou em abraçá-lo como tinha feito com Sadness, mas resolveu ficar parada, seus olhos se encheram de lagrimas, mas quem iria ver que era lagrimas, pois a chuva limpava seu rosto a medida que cada lagrima escorria... Parada murmurou.*
- Por que tem medo? Porque vocês tem medo da vida? É tão triste viver?

§Fear§: *E novos passos eram dados por Fear para trás.. Os olhos castanho-avermelhados alternavam entre olhar para as duas mulheres. E sua cabeça estava tão confusa.. confusa por tantas coisas que já lhe haviam ocorrido.. e o ruído da chuva não parecia ajudar. O ruído da chuva.. as gotas que lhe encharcavam o rosto.. o grito da mulher de cabelos acinzentados o fazia gritar ainda com maior fervor.. por que ela não calava a boca? Mas era ela, ou eram as vozes que estavam todas em sua cabeça, falando, falando.., falando.. o que ele deveria fazer.. para onde ir, com quem falar o que fazer.. ele não queria mais escutar.. tinha medo.. tinha medo de dar um passo para frente e este passo o levar direto para o precipício que se formava diante de seus pés. Mas como,.. estava no parque há poucos instantes,.. estava perto do coreto.. e sim.. o coreto era tão feio.. mas deveria ser belo.. ele batia com a mão na própria cabeça, esfregando os cabelos de um branco imaculado. Por que não morria? *
- Por quê?
*murmurava balançando a cabeça, escutando a voz da mulher retumbar em sua mente.. em suas memórias.. "Por que Fear? Por que escolhe sempre o que te machuca? Por que este medo de seguir adiante.. de dar o próximo passo? Se olhar muito para o abismo.. ele olha para você.. salte.. pule.. pule o abismo!" Mas ele não fazia.. ele nunca fazia.. não quando se sentia como agora, acuado.. por dois lados.. e os olhos castanho avermelhados mais uma vez voltaram para a mulher que se aproximava do outro lado.. e havia algo tão bom que parecia vir dela.. tão acalentador.. e ela também falava com ele? Ele balançava a cabeça assustado.. sacudia os fios repicados que lhe caiam sobre o rosto*
- Medo? Não.. medo..
*e eram flashes que vinham.. flashs de um tratamento doloroso a que era submetido a todo dia.. a todo instante naquela maldita clínica, a garota do coreto se aproximava, mais dois passos que ele dava para trás abraçando o próprio corpo.. precisava se concentrar.. precisava se acalmar e não ver as formas que elas aparentavam.. precisava ver como as coisas eram.. *
- as pessoas tornam o viver doloroso...
*sentia as costas molhadas baterem no tronco seguro do carvalho, daquele carvalho que há alguns dias o abrigava.*

§Sadness§: *Sadness erguia a cabeça na direção de Hope que se aproximava, mordia o lábio e abaixava a cabeça sacudindo-a de forma vigorosa em uma negação tentando espantar de sua mente aquelas palavras "Por Medo... Porque tem medo? Porque vocês têm medo da vida? É tão triste viver?" e Sadness mordia o lábio. O coração era um fardo pesado. ser alegre era um fardo pesado. Uma tarefa árdua e então Hope pode ver o franzir do cenho de Sadness.. pode ver uma raiva contida naquela tristeza que a consumia*
- Eu não tenho medo de viver.. mesmo que a vida seja uma tremenda injustiça... mesmo que as pessoas apenas se lembram dos amigos quando estão na pior...
*estava claro para ambos.. Hope e Fear, que Sadness continha dentro de sua alma toda a tristeza que ela carregara durante anos*
- Mesmo que as pessoas mintam por não ter coragem de falar que não são felizes perto de você... Então me diga...
*ela rebuscava o ar com aquela voz embargada de choro contido*
- Me diga como levar em diante a vida se o que eu vejo são rios de lágrimas.. São prantos derramados no frio e escuro mundo,... Me diga... Por que se torna tão difícil arrancar esta dor que assola o coração, quando um simples passo.. um simples puxar de gatilho.. findariam com tudo isso.. findariam com as lágrimas.. com a dor.. com o vazio.. com o silêncio das pessoas que você espera ouvir uma palavra a cada dia de sua débil vida...

§Hope§: *Hope olha para os dois, vendo a reação de Fear se afastar... Para observando, estica uma mão quando ouve o que fala, logo vem a fala de Sadness... Realmente os dois tinham muitos problemas, nenhuns dos dois tinham esperança, ela tremia por dentro, tinha medo e tristeza por não ter forças suficientes para ajudar os dois... As palavras agora fraquejavam... fechou os olhos e murmurou.*
- Perder a fé nas pessoas é perder a fé em você mesmo... Alguns não vêem saída... *Vira-se para Sadness*
- Mas nem sempre é esta a esperança... nem sempre é esta a saída... O medo, a tristeza, a agonia nos fazem ver as coisas como não são...
*olha para Fear*
- É complicado manter a calma numa tempestade escura e cheia de medo.

§Fear§: *escutava.. não havia como não escutar a mistura de vozes que estava naquele momento... as de sua mente, a da mulher que ajoelhada parecia estar tão triste.. e de certo modo se familiarizava com aquilo. Se familiarizava com o sentimento de tristeza. Ele estava sempre triste? Não.. lembrava que tivera dias felizes também.. era sempre assustado. Desde quando descobria que seu mundo era diferente dos outros... e seu mundo nem sempre era seguro.. mas ao menos ele saia onde estava cada recanto de escuridão... os olhos já não vertiam para elas.. mantinham-se firmes num ponto a frente de si.. "findariam com a lágrima.. com a dor.. com o vazio"... ele tentava controlar a respiração. Havia escutado de um homem no sanatório. Um homem que se atreveu a estar perto dele demais.. sem se preocupar com a violência que as vezes tomava conta de Fear... "quando acuado, ataca.. num ato de desespero.. mas ataca" e o homem lhe dizia sempre. “Fear.. o primeiro passo é controlar a respiração.. quem controla a respiração controla a própria vida.”. e chamavam este homem de louco.. talvez fosse ele um grande sábio, destes incompreendidos e isolados do resto de pessoas "normais" subjetivas que existiam na terra. a outra mulher também falava e parecia tremer a voz.. medo? então ela também tinha medo? ele conhecia muito bem as vibrações que as cordas vocais fazem naqueles momentos. Passou anos estudando isto.. olhando atentamente para as variações do mover da garganta das pessoas.. estudando a forma como as cordas vibravam.. e as dela vibravam pelo medo.. mas medo de que? Ela via as coisas como ele também? Esperança.. ela falava de esperança.. de que não se pode manter a calma numa tempestade escura.. e cheia de medo.. ele sorriu.. sorriu de nervoso ao escutar a frase.. escura e cheio de medo.. meneou negativamente a cabeça. os nós das falanges chegavam a avermelhar-se pelo sangue na pressão que os dedos faziam contra o tecido úmido, contra a pele pálida e fina*
- E o que são as coisas então?
*deixou que a voz saísse em um murmúrio*
- Se não são como eu as enxergo.. como se mostram para mim, dia apos dia.. como elas são de verdade? As pessoas.. as coisas.. a vida.. ela usa máscaras sabia?! Como esta que
você está usando agora..
*e os dedos soltavam um dos braços para apontar para a mulher ajoelhada diante dos dois* - Como a que ela está usando.. eu vejo mascaras.. eu vejo formas.. e não sei.. se o que vejo é o que sinto ou o que são..

§Sadness§: *Então Hope começava a perder a própria esperança? Sadness erguia os olhos cinza em direção à garota.. aos poucos apoiava a mão ao chão enquanto escutava Fear falando sobre como ele via o mundo.. Sadness sabia muito bem que o mundo usava máscara.. que cada pessoa usava máscara.. era impossível ser feliz o tempo inteiro.. era impossível ter esperança o tempo inteiro.. existiam tantos outros sentimentos mesquinhos que tomariam conta tão facilmente de cada ser vivente.. por um momento ela pode mostrar um pouco de raiva.. mas a raiva não era o sentimento intenso que ela vivia.. Não.. Sadness era uma dessas pessoas que fazia os outros a olharem com pena.. a olharem com revolta por ela parecer se entregar e não querer lutar para ter um momento feliz.. um momento de paz.. Sadness era uma dessas pessoas que conseguiam afastar as outras pessoa de perto dela, por elas justamente não agüentarem a realidade em que ela vivia.. Um mundo sombrio.. um mundo de lágrimas*
- Puxar o gatilho seria muito fácil.. traria um fim injustificado... Faria as pessoas se esquecerem que um dia você fez parte de suas vidas.. faria você ser amaldiçoado.. *olhava para o céu tempestuoso*
- Você então se tornaria o nada e não mais habitaria o coração daqueles que você amou um dia... e não há nada mais triste do que isso...
*Baixava a cabeça para Fear e olhava na direção dele com aquele olhar de quem não tinha um pingo de esperança*
- Seria algo terrivelmente pavoroso... Não?

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